quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

destruição


ainda alguém me há-de ensinar a perder intimidade, paixão, confiança e entrega. seria muito fácil: passar uma borracha fria no coração e pronto, acabava tudo, mesmo. acabavam-se todos estes sentimentos que se cultiva e se alimenta, durante tanto tempo. dou comigo a chorar todas as noites como quando nos chateávamos mas agora nem nos chateamos. a ausência é pior que qualquer discussão, vai-nos remoendo por dentro e quando damos por nós já não há coração para apagar. mas primeiro era preciso que ele não se fechasse ao mundo, mas o meu já se fechou, não saem nem se apagam quaisquer sentimentos e não consigo criar novos. é estranho e curioso: como é que algo que demorou tão pouco tempo a construir se destrói tão rápido? o pior é que se destrói mas deixa aqui a poeira e os estragos da destruição. agora falas-me em amizade e se é o que queres eu dou-to, sabes que eu sou tua de qualquer maneira, o meu coração fechou-se e tu ficaste lá dentro.

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